domingo, 20 de setembro de 2009

MERGULHO

Mergulhei pensando que era profundo, límpido,
Nadei, e pensando estar na profundeza me deixei levar,
Pensando que poderia subir á superfície quando quisesse,
Continuei na ilusão da leveza, na esperança de estar certa.
De repente, um redemoinho me envolveu, procurei,
Onde estava a tranqüilidade das águas, a profundeza,
Bati em corais, feridas se abriram, fui jogada de volta á praia
Ilusão de mar profundo e tranqüilo,
Desejo desse mar me fez ver o que não era real.
Sentada, olhando o mar, limpando meu corpo,
Como um raio, me atingindo, clareando
Entendi, depois de tanto procurar um mar assim,
Na ânsia de nadar, de me entregar ás suas águas, mergulhei, sem olhar
Mas, a água mesmo tão rasa me aqueceu por momentos inesquecíveis,
E por momentos experimentei gostos e sensações
Esquecidas e não sentidas, o redemoinho me despertou
Agora olho o mar, mais atenta, mais calma,
Sentada na areia, diante de tanto esplendor, é só esperar,
Águas mais tranqüilas, mais profundas para um mergulho
É esperar, as feridas cicatrizarem, o corpo secar ao sol
Contemplar mais atenta, o momento certo para mergulhar.

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